A sabedoria o fará andar nos caminhos dos homens de bem e a manter-se nas veredas dos justos. Pois os justos habitarão na terra, e os íntegros nela permanecerão; mas os ímpios serão eliminados da terra, e dela os infiéis serão arrancados. Provérbios 2:20-22
Mateus e Vitor começaram no mesmo lugar: uma pequena sala alugada, duas mesas de segunda mão e um sonho compartilhado de construir a melhor empresa de logística da região. Eram amigos, talentosos e famintos por sucesso. Mas suas bússolas morais apontavam para direções opostas.
Vitor era o mestre dos atalhos.
“O mercado é uma selva, Mateus. Ou você come, ou é comido”, ele dizia, enquanto assinava um contrato com um fornecedor de qualidade duvidosa, mas que lhe oferecia uma “comissão” generosa. Ele pagava salários abaixo do mercado, prometia prazos de entrega que sabia serem impossíveis de cumprir e considerava os impostos uma “sugestão” a ser criativamente contornada.
Mateus, por outro lado, seguia um caminho mais lento e íngreme. Ele se recusava a pagar propina, investia em treinamento e equipamentos de segurança para sua equipe, e fazia questão de pagar cada centavo de seus tributos.
“Estou construindo algo para durar, não para enriquecer da noite para o dia”, explicava ele, enquanto perdia mais um cliente para os preços impossivelmente baixos de Vitor.
Nos primeiros cinco anos, o mundo parecia dar razão a Vitor. Ele dirigia um carro importado, comprou uma cobertura com vista para o mar e era capa de revistas de negócios locais como o “empresário arrojado” que havia decifrado o código do sucesso. Mateus, enquanto isso, ainda morava na mesma casa, dirigia o mesmo carro e reinvestia cada lucro na melhoria de sua empresa. Para muitos, ele era visto como ingênuo, um sonhador que não entendia como o “mundo real” funcionava.
A diferença mais gritante estava na cultura de suas empresas. Na “Vitor Log”, a rotatividade de funcionários era altíssima. O clima era de desconfiança e medo. Os motoristas, pressionados por prazos irreais, cometiam infrações e se envolviam em acidentes. Os clientes, atraídos pelo preço baixo, logo se frustravam com atrasos constantes e mercadorias danificadas. A empresa de Vitor era um castelo de cartas reluzente, mas frágil.
Na “Logística Aliança”, de Mateus, a atmosfera era outra. Sua equipe era leal. Ele conhecia cada funcionário pelo nome, sabia da família, das lutas. Seus clientes eram fiéis, pois sabiam que a palavra de Mateus era sua garantia. Sua empresa crescia devagar, mas suas raízes se aprofundavam em solo firme: a terra da integridade.
A tempestade veio na forma de uma grande fiscalização federal, varrendo o setor de transportes em busca de fraudes e sonegação. Foi seguida por uma recessão que encolheu o mercado drasticamente.
O império de Vitor foi o primeiro a ruir. As multas da fiscalização eram astronômicas. Com a reputação manchada, os clientes desapareceram. Pressionado, ele não conseguiu honrar os pagamentos com seus fornecedores “parceiros”, e as práticas desonestas que antes o beneficiavam agora se voltavam contra ele. Em menos de seis meses, a “Vitor Log” decretou falência. Vitor foi arrancado da terra que ele pensava possuir, seu nome agora era sinônimo de fraude.
A “Logística Aliança” também sentiu o golpe. Mateus teve que apertar os cintos, renegociar contratos e trabalhar mais duro do que nunca. Mas algo extraordinário aconteceu. Sua equipe se uniu a ele, aceitando reduções temporárias de jornada para evitar demissões. Seus clientes mais antigos, valorizando anos de serviço confiável, não apenas permaneceram, como o indicaram para outros. Sua reputação de honestidade se tornou seu ativo mais valioso em tempos de desconfiança.
Um ano depois, a poeira havia baixado. O pátio da antiga empresa de Vitor estava vazio, com uma placa de “Vende-se” desbotada pela chuva. A poucos quilômetros dali, o pátio de Mateus estava movimentado. Ele havia sobrevivido. Mais do que isso, estava prosperando, ocupando o espaço deixado por aqueles que haviam sido arrancados.
Certa tarde, olhando para seus caminhões saindo para mais um dia de trabalho, Mateus entendeu. Ele não era mais rico em posses do que Vitor foi em seu auge. Mas ele era rico em algo muito mais duradouro. Ele havia escolhido o caminho dos justos, e como promessa, ele permanecia. Ele havia herdado a terra. Não um pedaço de chão, mas a terra firme da paz, do respeito e de um legado construído para durar.
(Feito com IA)
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